#inclusão
A tecnologia e suas
imensuráveis ramificações já fazem parte de nossas vidas. Mesmo para os mais
conservadores, as transformações introduzidas trazem consigo uma série de
avanços inimagináveis há alguns anos.
Comunicar-se em tempo real e
sem custo? Tem. Salvar vidas? Tem também. Mais segurança nos veículos? É claro
que temos. Proteção ao meio ambiente? A sua disposição. E a troca de
conhecimento? A todo o momento.
Novos hábitos foram
incorporados e com eles as mudanças de comportamento se somaram alterações significativas
na vida de muitas pessoas. A tecnologia tem sido usada como instrumento de
socialização do saber. E mais. Atinge um público que tem se mostrado receptível
e os resultados comprovam a sua eficácia: os chamados alunos com dificuldade
intelectual. Entram neste grupo os autistas, síndrome de dow e surdos.
Levantamento realizado pelo
Instituto Inclusão Brasil revela que aproximadamente 87% das crianças com um ou
outro tipo de deficiência intelectual possuem dificuldades na aprendizagem
escolar se comparadas com crianças sem deficiência.
A coordenadora pedagógica da
APAE de Três Passos, Mari Salete de Campos, referenda o uso da tecnologia
educacional como ferramenta de inclusão. A escola conta com 125 alunos e atende
todo tipo de deficiência múltipla.
E.B. tem 29 anos e tem
deficiência intelectual. Entre as atividades promovidas pelos professores,
aquela que chama a atenção dele tem relação direta com o uso de um aplicativo
musical. “É notório um encanto e um olhar diferente no momento em que propomos
a adoção da tecnologia, e o E. B. demonstra na prática o quanto é importante
trabalharmos novos métodos de inclusão”, destaca a pedagoga Mari Salete.
A paralisia cerebral não é obstáculo. E.W. tem 26 anos e a informática já faz parte
da vida da família. Seu pai e irmão trabalham na área o que oportunizou a E.W.
o gosto por aplicativos e tem certa autonomia para algumas atividades. “Ele
repete para nós que irá trabalhar com os seus parentes e isto o motiva a
aumentar o grau de independência e mostrar que o seu problema não é empecilho
para barrá-lo”, lembra a coordenadora pedagógica.
Nos próximos meses a APAE
vai ter mais um aplicativo a disposição de seus alunos. Trata-se do livox, um
software que oportuniza a comunicação e aprendizado entre pessoas com
deficiência motora, cognitiva e visual. Mari Salete acredita que a tecnologia
já dá mostras que pode inserir crianças e adultos que possuem algum tipo de
deficiência. “Mais do que nunca as entidades que trabalham com alunos especiais
devem estar atentas as inovações que surgem a todo o momento com o intuito de melhorar
o aprendizado deste público”, finaliza Mari.